Wednesday, September 26, 2007

Naipes de uma edição que esteve para ser baralho.

Ao ler a última edição (on-line)da nossa revista - JO- não pude deixar de transcrever o artigo do Pedro Vidinha ... Deixo-vos a pensar...
Naipes de uma edição que esteve para ser baralho.
§ PAUS
Um pouco por todo o lado se ouve o silenciamento promovido por determinadas instituições públicas. Alguém diz uma piada e é de imediato demitido; alguém fala mais alto e é despromovido; alguém denuncia e é logo colocado em “segredo de justiça”. Está visto que quem nos governa não tem sentido de humor (não vou dizer de democracia e justiça porque parece mal…). Isto é o que ouvimos e vemos por aí todos os dias. De há um tempo para cá, arranjaram uma forma de calar as múltiplas associações juvenis portuguesas: atrasaram o financiamento das suas actividades desculpando-se em ano de transição e em aplicações informáticas. O que é certo é que dinheiros orçamentados e essenciais à sobrevivência e acção das associações (já comprometidas nos seus planos de actividades) ainda não foram atribuídos o que põe em causa toda uma dinâmica juvenil promovida por elas. Falam que talvez para 2008!!!!...?! Enfim, só mesmo à paulada para perceberem que até lá muitas delas talvez já estejam moribundas (não será essa a intenção?).

¨ OUROS
Entre essas associações em dificuldades encontra-se a JOC. Constituída por jovens operários (considero os estudantes, operários na construção de um mundo mais justo, aliás, como os trabalhadores…), muitos deles em situações de trabalho e/ou de vida precária vão sustentando (€€€!) com muita dificuldade o seu movimento e a sua acção. Esta edição do JO é a prova dessa dificuldade financeira, mas também é a prova da vontade e do querer dos jovens jocistas em espalhar as suas convicções, acreditando que não será a dificuldade financeira a calar o grito e a vida de cada jovem trabalhador, porque "Cada jovem trabalhador vale mais que todo o ouro do mundo."

ª ESPADAS
A JOC é um movimento cristão, fundado por um padre católico que ia ao encontro dos jovens. Para isso, esse padre teve de descer do altar, sair da igreja, ir para a rua, para as fábricas, sujar as mãos. Construir algo COM os jovens, “entre eles, por eles e para eles…”. Talvez seja por isto que a JOC desde sempre não tenha sido tão “abençoada” pela hierarquia católica como outros movimentos (?) mais “normais” e com “comportamentos” mais cerimoniais. O que é certo é que a JOC evangeliza-se e evangeliza, dinamiza os jovens no seu meio e na sua vida e deveria merecer um apoio mais efectivo por parte da Igreja que ela própria integra. À igreja hierárquica cabe usar bem a espada que divide os dinheiros que recebe de todos os cristãos e assumir de uma vez por todas um apoio claro e formal a um movimento que sempre esteve com os pobres lá onde eles vivem e que muitas vezes talvez nem vão à igreja porque nem têm roupa decente para tão “eloquente” cerimónia…

© COPAS
Sempre aprendi que na JOC (e na vida) não se desiste, nunca se desiste tenha-se o que se tiver pela frente… desde que haja paixão, melhor, amor por aquilo em que se acredita, por aquilo que se faz, porque aquilo que fazemos também o somos. É por isso que “Nós não FAZEMOS a revolução, nós SOMOS a revolução!”

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